quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Anjo Carente

 

 Não sei porque eu nasci assim, meio anjo e meio homem. Tem momentos que eu me sinto superior a qualquer humano, pois simplesmente não tenho interesse em me misturar com pessoas tão incertas, tão mentirosas, maliciosas, posso ver a maldade no olhar deles, seus medos e fraquezas, mas eu também sou meio assim, meio humano.
 Existem momentos que eu preciso também de um abraço, de um carinho e isso eu não tenho, não tenho nem da pessoa que eu mais vigio, mais amo nesse mundo, que é um garoto que admiro muito, sempre está do meu lado e eu já disse que gosto dele, mas será tão difícil deixar de ser tão anjo com ele?
 Porque sou meio besta com ele, faço tudo como anjo, tento o proteger 24 horas, mas meu lado humano, anseia por seus cuidados e observação. E esses dias eu ando muito carente.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O Anjo que conheceu o Amor

 

 Certa vez houve um anjo que se apaixonou por um humano, e assim  tanto o seguia para observa-lo que se tornou o seu anjo da guarda.
 Tanto o anjo gostava do humano, que até se revelou para ele, em todo seu poder e glória, praticamente tornou-se um servo do humano, estando ali em todos os lugares para protegê-lo, para guia-lo e para guarda-lo, de qualquer coisa e de qualquer mal.
 Um dia outro anjo o alertou a respeito do envolvimento com seres humanos, dizendo: " Se você se envolver demais com os humanos, vai acabar perdendo sua divindade, todo seu poder e glória e o humano acabará lhe deixando e você vai sofrer muito".
 Mesmo depois dessas palavras, ele continuou seguindo o humano, o guardando e protegendo. O humano também gostava do anjo, mas não sabia retribuir tanto carinho e proteção, as vezes por saber que estava tão seguro, corria riscos que nenhum outro ser humano era capaz de correr, pois os homens conhecem seus limites, já esse, não conhecia limite algum, sempre o anjo protegia ele.
 Aconteceu que certo dia o anjo perdeu toda sua divindade, tornou-se um homem, mas estranhamente restou-lhe apenas suas asas como prova do que ele já foi um dia e o humano sem saber jogou-se da queda de uma cachoeira, acreditando que o anjo o salvaria, mas não foi o que aconteceu, pois o anjo agora também era humano.
 O humano morreu, o anjo, por conter em suas veias um sangue puro, viveu duzentos anos, arrancou suas asas e nunca se arrependeu de viver como um homem, para saber o que é amar, mas lamentava que seu grande amor não soubesse que amar é sentir-se seguro, mas não provocar perigos para obter é a proteção, é oferecer a mesma proteção que se sente.
 O anjo, como qualquer outro humano, apaixonou-se novamente por outro humano e sempre foi fiel aos seus sentimentos, e continuava protegendo, mas exigia proteção também, sem aproveitamentos. Deixava seu amor correr riscos e enfrenta-los para conhecer seus próprios limites, ele também corria riscos e os dois viveram felizes por muitos anos, porque seu outro parceiro, um dia também foi um anjo.