Pobre do garoto que amo...
Hoje o vi novamente, e pude notar que estava feliz, me evitando e me deixando sem muitas explicações, nem quis me escutar quando eu chamei para conversar. De certo havia um medo em seu olhar, um pressa em me deixar, um assunto mais importante a resolver, que não incluía eu, pois talvez, jamais fui importante para ele.
Mas enquanto o vi se movimentar, no meio das pessoas, alegre e saltitante, com certa feminilidade incomum e uma juventude pueril, percebi que haviam asas em suas costas. Asas que o levavam longe, assim como eu. E pobrezinho dele, por ter aquelas asas que o tornam tão diferente e perceptível, ele ainda não aprendeu a conduzi-las a guarda-las, por isso vive a exibi-las sem saber que as tem.
Quem tem asas, carrega muita atenção sobre, tem o azar de sentir mais a vida e assim acaba sofrendo mais, padecendo mais, porém quando curti, curti mais.
Ele ainda me encanta, ainda me atraí, com aquelas asas indiscretas ele parece me chamar, para ensina-lo a voar, coisa que aposto que acabará aprendendo sozinho. Assim agora, moço como é, já voa de certa forma, mas voa longe.
Me chocou descobrir nele esse fato, de que o menino que sempre tentei proteger, também vai se tornar um protetor, pois suas asas não esconde o fato de que ele também é um anjo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário